O prazer da persistência
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- Categoria: degustando
Um dia Charles Chaplin disse “a persistência é o menor caminho ao êxito”. O assunto não era vinho, mas, se fosse, ele estaria certíssimo!
Persistência é a duração de sabores na boca, geralmente associada à qualidade do vinho. Um final longo e equilibrado está relacionado a vinhos de qualidade superior, ou ao corpo do vinho. Vinhos encorpados geralmente têm finais mais longos que vinhos de corpo leve. Se quiser saber mais sobre o que é um vinho encorpado, clique aqui.
Dependendo do tempo de evolução do vinho na boca, ele pode ser considerado razoavelmente persistente, quando, por exemplo, permanece no palato por 4 a 6 segundos; abaixo desse tempo, ele é considerado pouco persistente. Para ser considerado persistente, o sabor de um vinho deve durar por cerca de 10 a 15 segundos, após ser ingerido. Mas alguns vinhos têm um final tão longo, que persiste por mais de 20 segundos na boca, sendo essa uma característica bem marcante; são vinhos complexos, chamados de muito persistentes.
A persistência da doçura presente nos vinhos fortificados e de sobremesa tende a ser mais sentida na ponta da língua, a acidez dos vinhos brancos persiste mais nas laterais da língua, já o agradável amargor dos vinhos tintos tânicos é mais persistente no fundo, próximo à garganta. Assim, ao envolver a língua com o vinho, torna-se possível provar todos os aspectos e apreciar todos os sabores e seus comprimentos.
Mas, se um vinho de qualidade costuma ter final longo, nem todo vinho com final longo é um vinho de qualidade! A persistência pode ser, eventualmente, dura, adstringente, ácida, seca, amarga, ou, de alguma forma desagradável... Não basta ter final longo, é necessário que o final seja longo e bom!
Quando o final do vinho tem comprimento e persistência, culminando em distinção, continuidade, maciez, suavidade e elegância, esse será um vinho a ser lembrado com boas recordações...
E não é para isso que desfrutamos desse prazer? Pelos bons momentos?
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